Aproximadamente de 3 a 5% da população deverá desenvolver cálculo renal ao longo da vida. Cerca de 80% destas pessoas eliminarão a pedra espontaneamente, junto com a urina. Os 20% restantes necessitarão de alguma forma de tratamento. As pessoas que já tiveram um cálculo renal têm uma chance de 50% de desenvolver um novo cálculo nos próximos 5 a 10 anos. Quando um cálculo é muito grande para ser eliminado, ele deve ser desintegrado através da Litotripsia Extra-Corpórea. Diferentes formas de energia podem ser empregadas para se fragmentar um cálculo em partículas pequenas o suficiente para serem eliminadas pela urina.

O Centro Hospitalar Santa Mônica coloca à disposição o equipamento Siemens Lithoskop Multiline, computadorizado, de última geração, para tratamento de cálculos renais e ureterais por ondas elétro-magnéticas. A localização dos cálculos é feita através de radioscopia e ultra-sonografia, direcionadas em linhas. As ondas atingem e fragmentam os cálculos.

Orientações ao paciente
Cólica Renal

Para entender melhor o que se diz sobre cólica renal, antes, é bom lembrar o que é um cálculo renal e como ele pode causar cólica renal.
O cálculo renal se forma a partir da aglutinação de cristais que resultam em uma massa dura, que pode ficar por longos períodos de tempo nos rins ou “caminhar” pelas vias urinárias (ureteres, bexiga, uretra).
Alguns cálculos podem passar despercebidos por um longo tempo, inclusive sem causar dor ou qualquer sintoma, mas outros provocam dor de forte intensidade, conhecida como cólica renal, que requer tratamento imediato.
Em alguns casos, quando o cálculo for muito grande, durante seu deslocamento, ele pode causar obstrução das vias urinárias, prejudicando a função normal dos rins, e eventualmente perda ou destruição do tecido renal.

Sintomas da cólica renal
A dor causada pela passagem do cálculo renal pode ser muito forte, como se fosse cólica ou aperto, e aguda, isto é, repentina e cíclica. Inicia-se nas costas, na região lombar, e irradia-se para a região lateral do abdome, pelve e para os grandes lábios vaginais na mulher ou para os testículos nos homens.
Costuma-se comparar a dor da cólica renal à dor do parto, por ser muito forte e, em algumas vezes, intolerável.
Existem várias crenças relacionadas às causas e tratamento dos cálculos renais. Esclarecemos algumas delas.

Mitos e Verdades

Mito – A ingestão excessiva de alimentos ricos em cálcio leva à formação de cálculo renal.
Os cálculos de oxalato de cálcio se formam a partir de uma alteração na capacidade dos rins em reabsorver o cálcio e não pelo excesso de cálcio no organismo. Se os rins não conseguem reabsorver a quantidade correta de cálcio, não é necessário evitar os alimentos que contém cálcio. Além disso, se houver diminuição expressiva da quantidade de cálcio ingerida pela dieta, o organismo pode reabsorver o cálcio dos ossos, criando outro problema. Portanto, a dieta deve ser normal, sem excesso ou restrição. A recomendação é de 800 mg a 1,0 g por dia.

Mito – Todo cálculo renal causa dor em cólica
Alguns cálculos podem ser eliminados pela urina sem causar dor. Isso acontece quando eles são pequenos e passam pelas vias urinárias com facilidade, sem provocar obstrução à passagem da urina.

Verdade – A presença de um histórico familiar de cálculo renal faz com que os membros da família tenham mais risco de
ter cálculo renal.
O histórico familiar de cálculo renal pressupõe a presença de um distúrbio metabólico e constitui um fator de risco para o desenvolvimento de cálculo.

Verdade – Quem já teve cálculo renal tem mais chance de voltar a ter outros.
Dependendo da gravidade do distúrbio metabólico que levou à formação do cálculo, eles podem se formar novamente com maior ou menor freqüência. Cerca de 70% das pessoas que já tiveram cálculo renal podem apresentar outro em até 10 anos. Muitos cálculos ocorrem no prazo de 5 a 7 anos (30-50%), sendo que o pico se dá nos dois primeiros anos.

Mito – O melhor tratamento para o cálculo renal: litotripsia ou cirurgia.
O tratamento do cálculo renal depende do tamanho e do local em que estiver o cálculo. Isto é, cálculos menores de 4 mm podem ser espontaneamente eliminados em até 90% dos casos, sem necessidade de intervenção. Cálculos com tamanho entre 4 e 6 mm têm 60% de chance de serem eliminados espontaneamente, enquanto cálculos maiores de 6 mm têm apenas 10% de chance de eliminação espontânea, e esses precisarão de intervenção.

Verdade – Usada em excesso, a vitamina C pode aumentar o risco de formação de cálculo.
A ingestão de vitamina C sem indicação formal ou em quantidade excessiva pode aumentar a produção de oxalato que se liga ao cálcio. Isso também vale para dietas ricas em proteínas.

Verdade – Climas quentes propiciam a formação ou aparecimento de cálculos.
Para evitar a formação dos cálculos, é importante que se mantenha hidratação adequada. Lembre-se de que, no verão, há maior perda de líquido pelo suor, então a ingestão de líquidos, principalmente água, é muito importante para manter a hidratação do organismo e reduzir a supersaturação de oxalato de cálcio, a precipitação de outros cristais e, conseqüentemente, a formação de cálculos. Estudos comprovaram que o volume urinário de 2 a 2,5 litros ao dia reduz a incidência de cálculos.
Dica: se a urina estiver muito amarela (concentrada), beba mais água; se estiver clara, indica que a hidratação está adequada.

Mito – Comer alimentos com muito sal, como enlatados e conservas, ajuda a eliminar o risco de formar cálculos.
Ao contrário, alimentos com alto teor de sódio aumentam a excreção de sódio e cálcio na urina. Assim, a ingestão deve se limitar a 4 g de sal/ dia.

Mito – Todo cálculo é formado por cálcio.
A maior parte dos cálculos renais é formado por oxalato ou fosfato de cálcio (70 a 80%), mas pode ocorrer a formação de cálculo renal a partir de outras substâncias, como ácido úrico (10-15%), estruvita (10-15%), cistina (<1%), ou ainda alguns medicamentos podem formar cristais e levar à formação de cálculos.

Mito – Homens e mulheres têm o mesmo risco de desenvolver cálculo renal.
A literatura médica mostra que, em média, os homens têm risco duas vezes maior que as mulheres de formação de cálculo renal. Além deles, pacientes com hipertensão, diabetes e aqueles submetidos à cirurgia bariátrica também têm maior risco de desenvolver a doença.

Verdade – Medicamento à base de plantas e alguns tipos de alimentos podem ajudar no tratamento.
Foi comprovado cientificamente que o chá de quebra-pedras é capaz de fragmentar os cálculos e auxilia sua eliminação do organismo. Além disso, os citratos presentes nas frutas cítricas, como laranja, limão e lima, ajudam a evitar a formação de cálculos.

Orientações para realização de Litotripsia extracorpórea por ondas de choque

– Parar de tomar AAS 10 (dez) dias antes do procedimento.
– Não ingerir leite, refrigerantes, suco de laranja e carne vermelha por pelo menos um dia antes do procedimento.
– Fazer refeições leves no dia anterior ao procedimento e jejum a partir das 24 h.
– Tomar 03 comprimidos de Dulcolax às 18h do dia anterior ao procedimento.
– Tomar 08 comprimidos de Luftal conforme instruções abaixo:

– 02 comp. Às 12h (dia anterior);
– 02 comp. Às 18h (dia anterior);
– 02 comp. Às 24h (dia anterior) e,
– 02 comp. Às 6h da manhã (dia do procedimento).

– Tomar 01 litro d’água durante o dia anterior ao procedimento.

No dia do procedimento:
– Vir em jejum de 8 horas, exceto água.

Obs: PROCEDIMENTO NÃO RECOMENDADO EM MULHERES GRÁVIDAS.

O não cumprimento das orientações acima inviabilizará a realização do procedimento.

Dercio Nonemacher

Diretor Presidente – Litotripsia extra-corpórea – Urologia.

Antonio Ernesto Todeschini

Diretor Técnico LITOTRIPSIA EXTRA-CORPÓREA – UROLOGIA